Economia Comportamental
Economia Comportamental incorpora psicologia na modelagem econômica. Em Teoria dos Jogos, isso se traduz no estudo de Viéses Sistemáticos e Preferências Sociais que violam a teoria-padrão de racionalidade.
Racionalidade Limitada
Herbert Simon introduziu o conceito de Racionalidade Limitada (Bounded Rationality), argumentando que agentes reais não possuem capacidade computacional infinita. Em vez de maximizar globalmente, eles usam heurísticas para encontrar soluções satisfatórias (satisficing).
Preferências Sociais
A hipótese de egoísmo puro ($u_i(s)$ depende apenas do ganho material de $i$) falha em prever comportamento no Ultimatum Game:
- Proponente oferta uma divisão de $100.
- Respondente aceita (divisão ocorre) ou rejeita (ninguém ganha nada).
- Nash Padrão: Proponente oferta $\epsilon > 0$, Respondente aceita qualquer coisa positiva.
- Empírico: Ofertas abaixo de 30% são frequentemente rejeitadas por "injustiça".
Isso sugere que a função de utilidade inclui termos de iniquidade ou reciprocidade:
$$u_i(x_i, x_j) = x_i - \alpha \max(x_j - x_i, 0) - \beta \max(x_i - x_j, 0)$$Onde $\alpha$ mede aversão à desvantagem (inveja) e $\beta$ aversão à vantagem (culpa).
Vieses Cognitivos em Jogos
- Nível-k de Pensamento: Em vez de fazer a regressão infinita "eu penso que ele pensa que eu penso...", a maioria dos jogadores para no nível 1 ("ele joga aleatório, farei melhor resposta") ou nível 2 ("ele pensa nível 1, farei melhor resposta a isso").
- Aversão à Perda: Perdas pesam mais que ganhos equivalentes (Kahneman & Tversky), alterando o perfil de risco em jogos mistos.
- Efeito de Dotação: Jogadores supervalorizam posições ou recursos que já possuem, gerando inércia estratégica.